A história da cerveja no Brasil não começa com os seus colonizadores, mas provavelmente apenas no século XVII através da Companhia das Índias Ocidentais, pelos holandeses. Com a saída deles do país em 1654, a cerveja também desapareceu por um século e meio, reaparecendo apenas no final do século XVIII. Como durante o período colonial os portos eram fechados aos navios estrangeiros, sendo abertos apenas com a chegada da família real portuguesa, a cerveja consumida no país era contrabandeada por Salvador, Rio de Janeiro e Recife.
Os comerciantes estrangeiros que se instalaram no Brasil, a partir de 1808, trouxeram na bagagem uma variedade de produtos e a cerveja. Da Europa, a Inglaterra era o país que tinha muita influência sobre Portugal e também maior produtora de cerveja e por isso foi líder de mercado com sua cerveja inglesa até 1870.
No final do século, a cerveja alemã passou a ser preferência, pois vinha em garrafas e em caixas, e não em barris como as inglesas. Porém, com a alta dos impostos sobre importação e logo em seguida, a limitação de importação pelo governo, em 1904, a cerveja alemã não teve mais um lugar de destaque. Nesse período, a indústria nacional de cerveja começou a se desenvolver e a importação praticamente cessou no início do século XX.
No início do século XIX, a cachaça e o vinho eram as bebidas alcoólicas preferidas pela população. A cerveja era produzida de forma caseira e típica de comunidades de imigrantes e seu consumo era discreto.
No final de 1820, um oficial alemão encontrou uma maneira de fabricar cerveja de forma lucrativa contando com imigrantes alemães do Rio Grande do Sul. Até a Primeira Guerra Mundial houve um aumento da produção de cerveja, após esse período, a cevada e lúpulo da Alemanha e Áustria não podiam mais ser obtidas. Para suprir a falta desses ingredientes, os cervejeiros passaram a utilizar outros cereais como arroz, milho e trigo o que já era comum em outros países.
O consumo cresceu gradualmente e, em 1836, o Jornal do Commercio anunciou a Cervejaria Brazileira e esse foi o início do desenvolvimento de cerveja em um nível mais comercial. Havia nessa época uma produção ainda artesanal e para impedir que as rolhas saltassem devido ao pouco controle sobre os níveis de gás da bebida, os cervejeiros brasileiros costumavam amarrá-las ao gargalo com barbante, daí a expressão “cerveja barbante” que passou a significar um produto de má qualidade.
Mesmo assim o consumo continuou em crescimento e uma infinidade de cervejarias foi criada, abaixo algumas delas:
Em 1846: Georg Heinrich Ritter criou a Ritter na região de Nova Petrópolis-RS
Em 1848: Vogelin & Bager abriu uma cervejaria no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
Em 1853: o espanhol Carlos Rey inaugura a Cervejaria Petrópolis.
Em 1854: o colono Henrique Kremer fundou a fábrica que deu origem à Cervejaria Bohemia, a mais antiga ainda existente no Brasil. O nome Companhia Cervejaria Bohemia foi estabelecido apenas em 1898 quando a empresa produzia as cervejas Bohemia, Viena, Quitandinha, Petrópolis, Bock Malte e Bola Preta, chope claro e escuro, além de alguns refrigerantes.
Em 1870: Friederich Christoffel cria a primeira cervejaria industrializada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Em 78 ela já produzia mais de um milhão de garrafas.
Em 1880, foram instaladas no Rio de Janeiro as primeiras máquinas compressoras frigoríficas, que produziam gelo artificial e propiciava um ambiente refrigerado, o que representou um grande avanço na indústria cervejeira do país. Com essa tecnologia, foi possível produzir uma cerveja de baixa fermentação, uniforme e límpida, como as das regiões de Bavária e Boemia.
Em 1882: foi estabelecida a sociedade entre Louis Bucher e Joaquim Salles, que deu origem à Antarctica. Esse nome é derivado de um matadouro de suínos de propriedade de Joaquim Salles que existia no local e possuía uma máquina de fazer gelo. Ele criou a marca, pois as poucas cervejas engarrafadas não possuíam rótulo próprio. O passo seguinte dessa sociedade foi a criação da "Antarctica Paulista - Fábrica de Gelo e Cervejaria", empresa que se dedicava à produção de gelo e produtos alimentícios.
Em 1888: a Cerveja Brahma foi lançada comercialmente pela "Manufactura de Cerveja Brahma Villiger & Companhia" foi fundada pelo imigrante suíço, Joseph Villiger, por Paul Fritz e por Ludwig Mack.
Em 1890: mais industriais se interessavam em investir em cerveja como, a Fábrica de Cerveja Nacional de Alexandre Maria VillasBoas & Cia, na capital do Rio de Janeiro, a Fábrica de Cerveja de Thimóteo Durier, em Petrópolis, Rio de Janeiro, a Fábrica de Jacob Nauerth na capital do Rio de Janeiro, a Fábrica de Cerveja Guarda Velha de Bartholomeu Correa da Silva, também no Rio de Janeiro.
A enorme quantidade de fábricas e cervejarias que surgiu entre os anos 1840 e 1880 permitiram a expansão do consumo de cerveja, fato que levou à popularização da cerveja no Brasil. Nesse período, o Rio de Janeiro já era uma cidade comparável a outras da Europa, possuindo um mercado consumidor relevante. A venda de cerveja era feita no balcão das próprias cervejarias. As entregas em zonas comerciais de bairros próximos eram feitas por carroças.
Ao fenômeno do rápido surgimento de muitas marcas no mercado, seguiu-se o desaparecimento de muitas delas. Por isso, a maioria não chegou aos dias de hoje ou mudou de proprietário. No entanto, a Brahma não parava de crescer e, em pouco mais de uma década, registrou quase uma dúzia de marcas. A expansão da empresa deve-se também a aquisições e fusões com outras empresas.
Pode parecer surpreendente o grande número de marcas lançadas por uma única empresa, como a Bhrama, mas o mercado cervejeiro do início do século passado encontrava-se em grande ebulição, com a fundação de inúmeras indústrias por todo o Brasil. Além disso, as empresas registravam várias marcas diferentes a fim de assegurar uma determinada fatia do mercado.
Em 1903, dez anos depois de sua criação, a Cervejaria Mora de Petrópolis, Rio de Janeiro, tornou-se a Fábrica de Bebidas Cascata, produtora das cervejas Cascata Preta e Cascata Branca, através de métodos artesanais.
Em 1906, a Cervejaria Kuhene lançou a Progresso 1906, cerveja criada com o objetivo de comemorar a inauguração da estação ferroviária de Joinville, Santa Catarina. No ano seguinte, a fábrica de cerveja Caetano Carmignani, em Pirassununga, São Paulo, elaborou a cerveja preta Cavalinho após adquirir novas máquinas e equipamentos.
Em 1912, é inaugurada a Cervejaria Tripolitana, fabricante da Tripolitana, situada em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo.
Em 1913, já existiam 134 cervejarias apenas no estado do Rio Grande do Sul.
A I Guerra Mundial (1914-1918) não trouxe grandes alterações ao panorama cervejeiro do Brasil. Notou-se apenas uma leve redução na quantidade de lançamentos de novas marcas no mercado. A Brahma lançou a Carioca, a Fidalga, a Suprema e a Malzbier e a Companhia Cervejaria Paulista passou a distribuir a Níger, a Poker e a Trust.
A década de 1910 não apresentou alterações substanciais em relação às empresas e ao mercado cervejeiro brasileiro. Durante esse período, a Brahma consolidou-se como a cervejaria mais influente do setor, adquirindo, em 1921, a Cervejaria Guanabara, uma das mais antigas do país, e confirmando a sua vocação expansionista.
Em 1966 e 1967: surge a Cerpa, da Cervejaria Paraense e a Skol. Quatro anos mais tarde é lançada a primeira latinha de cerveja brasileira, a Skol Pilsen.
Em 1980: surge a Cervejaria Kaiser, em Divinópolis, Minas Gerais.
Em 1989: o interior paulista passa a produzir cerveja através da Cervejaria Primo Schincariol.
Em 1999: a fusão das duas mais importantes cervejarias, que historicamente já haviam disputado o mercado, marca o nascimento da AmBev – Companhia de Bebidas das Américas. Logo após, a gigante belga Interbrew passa a integrar a Companhia engordando o número de rótulos que, em 2004, passa a se chamar InBev representando a maior produtora de cervejas do mundo.
Os comerciantes estrangeiros que se instalaram no Brasil, a partir de 1808, trouxeram na bagagem uma variedade de produtos e a cerveja. Da Europa, a Inglaterra era o país que tinha muita influência sobre Portugal e também maior produtora de cerveja e por isso foi líder de mercado com sua cerveja inglesa até 1870.
No final do século, a cerveja alemã passou a ser preferência, pois vinha em garrafas e em caixas, e não em barris como as inglesas. Porém, com a alta dos impostos sobre importação e logo em seguida, a limitação de importação pelo governo, em 1904, a cerveja alemã não teve mais um lugar de destaque. Nesse período, a indústria nacional de cerveja começou a se desenvolver e a importação praticamente cessou no início do século XX.
No início do século XIX, a cachaça e o vinho eram as bebidas alcoólicas preferidas pela população. A cerveja era produzida de forma caseira e típica de comunidades de imigrantes e seu consumo era discreto.
No final de 1820, um oficial alemão encontrou uma maneira de fabricar cerveja de forma lucrativa contando com imigrantes alemães do Rio Grande do Sul. Até a Primeira Guerra Mundial houve um aumento da produção de cerveja, após esse período, a cevada e lúpulo da Alemanha e Áustria não podiam mais ser obtidas. Para suprir a falta desses ingredientes, os cervejeiros passaram a utilizar outros cereais como arroz, milho e trigo o que já era comum em outros países.
O consumo cresceu gradualmente e, em 1836, o Jornal do Commercio anunciou a Cervejaria Brazileira e esse foi o início do desenvolvimento de cerveja em um nível mais comercial. Havia nessa época uma produção ainda artesanal e para impedir que as rolhas saltassem devido ao pouco controle sobre os níveis de gás da bebida, os cervejeiros brasileiros costumavam amarrá-las ao gargalo com barbante, daí a expressão “cerveja barbante” que passou a significar um produto de má qualidade.
Mesmo assim o consumo continuou em crescimento e uma infinidade de cervejarias foi criada, abaixo algumas delas:
Em 1846: Georg Heinrich Ritter criou a Ritter na região de Nova Petrópolis-RS
Em 1848: Vogelin & Bager abriu uma cervejaria no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
Em 1853: o espanhol Carlos Rey inaugura a Cervejaria Petrópolis.
Em 1854: o colono Henrique Kremer fundou a fábrica que deu origem à Cervejaria Bohemia, a mais antiga ainda existente no Brasil. O nome Companhia Cervejaria Bohemia foi estabelecido apenas em 1898 quando a empresa produzia as cervejas Bohemia, Viena, Quitandinha, Petrópolis, Bock Malte e Bola Preta, chope claro e escuro, além de alguns refrigerantes.
Em 1870: Friederich Christoffel cria a primeira cervejaria industrializada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Em 78 ela já produzia mais de um milhão de garrafas.
Em 1880, foram instaladas no Rio de Janeiro as primeiras máquinas compressoras frigoríficas, que produziam gelo artificial e propiciava um ambiente refrigerado, o que representou um grande avanço na indústria cervejeira do país. Com essa tecnologia, foi possível produzir uma cerveja de baixa fermentação, uniforme e límpida, como as das regiões de Bavária e Boemia.
Em 1882: foi estabelecida a sociedade entre Louis Bucher e Joaquim Salles, que deu origem à Antarctica. Esse nome é derivado de um matadouro de suínos de propriedade de Joaquim Salles que existia no local e possuía uma máquina de fazer gelo. Ele criou a marca, pois as poucas cervejas engarrafadas não possuíam rótulo próprio. O passo seguinte dessa sociedade foi a criação da "Antarctica Paulista - Fábrica de Gelo e Cervejaria", empresa que se dedicava à produção de gelo e produtos alimentícios.
Em 1888: a Cerveja Brahma foi lançada comercialmente pela "Manufactura de Cerveja Brahma Villiger & Companhia" foi fundada pelo imigrante suíço, Joseph Villiger, por Paul Fritz e por Ludwig Mack.
Em 1890: mais industriais se interessavam em investir em cerveja como, a Fábrica de Cerveja Nacional de Alexandre Maria VillasBoas & Cia, na capital do Rio de Janeiro, a Fábrica de Cerveja de Thimóteo Durier, em Petrópolis, Rio de Janeiro, a Fábrica de Jacob Nauerth na capital do Rio de Janeiro, a Fábrica de Cerveja Guarda Velha de Bartholomeu Correa da Silva, também no Rio de Janeiro.
A enorme quantidade de fábricas e cervejarias que surgiu entre os anos 1840 e 1880 permitiram a expansão do consumo de cerveja, fato que levou à popularização da cerveja no Brasil. Nesse período, o Rio de Janeiro já era uma cidade comparável a outras da Europa, possuindo um mercado consumidor relevante. A venda de cerveja era feita no balcão das próprias cervejarias. As entregas em zonas comerciais de bairros próximos eram feitas por carroças.
Ao fenômeno do rápido surgimento de muitas marcas no mercado, seguiu-se o desaparecimento de muitas delas. Por isso, a maioria não chegou aos dias de hoje ou mudou de proprietário. No entanto, a Brahma não parava de crescer e, em pouco mais de uma década, registrou quase uma dúzia de marcas. A expansão da empresa deve-se também a aquisições e fusões com outras empresas.
Pode parecer surpreendente o grande número de marcas lançadas por uma única empresa, como a Bhrama, mas o mercado cervejeiro do início do século passado encontrava-se em grande ebulição, com a fundação de inúmeras indústrias por todo o Brasil. Além disso, as empresas registravam várias marcas diferentes a fim de assegurar uma determinada fatia do mercado.
Em 1903, dez anos depois de sua criação, a Cervejaria Mora de Petrópolis, Rio de Janeiro, tornou-se a Fábrica de Bebidas Cascata, produtora das cervejas Cascata Preta e Cascata Branca, através de métodos artesanais.
Em 1906, a Cervejaria Kuhene lançou a Progresso 1906, cerveja criada com o objetivo de comemorar a inauguração da estação ferroviária de Joinville, Santa Catarina. No ano seguinte, a fábrica de cerveja Caetano Carmignani, em Pirassununga, São Paulo, elaborou a cerveja preta Cavalinho após adquirir novas máquinas e equipamentos.
Em 1912, é inaugurada a Cervejaria Tripolitana, fabricante da Tripolitana, situada em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo.
Em 1913, já existiam 134 cervejarias apenas no estado do Rio Grande do Sul.
A I Guerra Mundial (1914-1918) não trouxe grandes alterações ao panorama cervejeiro do Brasil. Notou-se apenas uma leve redução na quantidade de lançamentos de novas marcas no mercado. A Brahma lançou a Carioca, a Fidalga, a Suprema e a Malzbier e a Companhia Cervejaria Paulista passou a distribuir a Níger, a Poker e a Trust.
A década de 1910 não apresentou alterações substanciais em relação às empresas e ao mercado cervejeiro brasileiro. Durante esse período, a Brahma consolidou-se como a cervejaria mais influente do setor, adquirindo, em 1921, a Cervejaria Guanabara, uma das mais antigas do país, e confirmando a sua vocação expansionista.
Em 1966 e 1967: surge a Cerpa, da Cervejaria Paraense e a Skol. Quatro anos mais tarde é lançada a primeira latinha de cerveja brasileira, a Skol Pilsen.
Em 1980: surge a Cervejaria Kaiser, em Divinópolis, Minas Gerais.
Em 1989: o interior paulista passa a produzir cerveja através da Cervejaria Primo Schincariol.
Em 1999: a fusão das duas mais importantes cervejarias, que historicamente já haviam disputado o mercado, marca o nascimento da AmBev – Companhia de Bebidas das Américas. Logo após, a gigante belga Interbrew passa a integrar a Companhia engordando o número de rótulos que, em 2004, passa a se chamar InBev representando a maior produtora de cervejas do mundo.
Fonte: Cerveja do mundo (www.cervejasdomundo.com); Josimar Melo, ‘Os primórdios da Cerveja no Brasil’, Ronaldo Morado, Larousse da Cerveja.
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